O AREÓPAGO |
(Areios pagos, colina de Marte) |
O Areópago era um celebre tribunal de
Atenas que funcionava numa colina consagrada a Marte, de onde o seu nome. A principio, não tomava conhecimento senão dos crimes capitais e foi ele, dizem, que primeiro aplicou a pena de morte. Solon (594 a.C) aumentou consideravelmente as suas atribuições, e os areopagitas foram chamados a punir o roubo,a impiedade a imoralidade; a reprimir o luxo, a preguiça, a mendicância; a velar pela educação das crianças e até penetrar no lar doméstico para dele banir a discórdia e assegurar-se da legitimidade dos meios de vida de cada cidadão. Esse tribunal supremo foi ao mesmo tempo o principal corpo político de Atenas, não contando senão magistrados virtuosos, animados dum grande espírito de sabedoria, de imparcialidade e de equidade, o que lhe valeu imensa reputação. Foi ele que condenou Demosthenes (324 a.C); foi diante dele que Eschylo, seguindo nisso a tradição, fez comparecer Orestes, acusado de assassínio de sua mãe Clytemnestra, e advogando a sua causa diante de Atena. A processualidade nesse tribunal era de rigorosa simplicidade. A reunião era ao ar livre e á noite. Assim, o acusado não se intimidava com a sua imponente gravidade, e os juízes não eram influenciados pelas lagrimas e arrependimento. Afim de que os ouvidos fossem preservados como os olhos, nenhum artifício oratório era permitido para enternecer ou comover. A princípio, os acusados defendiam a própria causa. Mais tarde, e pra suprir a insuficiência dos seus meios, foi-lhes permitido tomarem defensores, mas estes deviam limitar-se a expor simplesmente os fatos sem apelar para comiseração e a piedade. A integridade desse tribunal era tal que nunca, até a sua decadência, foi suspeitada. Nunca um acusado murmurou contra as suas sentenças.
Em Atenas, a organização do arcontado, estabelecido depois da morte de Codro é o indício da vitória dos nobres e das famílias ricas sobre os reis; em breve, porém, a instituição tomou um feição mais democrática. O arcontado, a principio hereditário e vitalício, tornou-se decenal (752 a.C) e dentro em pouco (683 a.C), os poderes confiados a um único arconte foram concedidos a nove magistrados de nomeação anual.O primeiro, ou arconte aponimo, dava o nome ao ano civil;o segundo ou arconte rei, desempenhava as funções religiosas dos antigos reis; o terceiro, ou arconte polemarco, exercia o comando dos exércitos;os seis últimos, ou arcontes tesmotétas, preparavam as leis e velavam pela sua execução. O arcontado que, depois da constituição de Clístenes (510 a.C), se tornou principalmente uma função honorifica, subsistiu durante muito tempo ainda, fazendo-se menção dos arcontes até ao século V da nossa era. |
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